Foi ruim, mas foi bom

Palmeiras inicia 2016 semelhante a 2015. Edu Dracena é a principal novidade entre os titulares (Foto: Globo Esporte)
A Taça Libertadores é obsessão. Nunca esse canto da torcida se fez tão real com a realidade do time do Palmeiras quanto nesta temporada 2016. Por isso mesmo, a diretoria tratou de montar um elenco de Libertadores e promover também uma pré-temporada digna da maior competição da América Latina.

Com 37 jogadores no atual plantel, 30 (mesmo número de jogadores que podem ser inscritos na Libertadores) viajaram ao Uruguai para disputar a Copa Antel, torneio quadrangular que acontece em Montevidéu.

No que se refere a ambientação estrangeira e adversários internacionais, o torneio tem a cara de Libertadores. E no início da noite (horário de Brasília) desta quarta (20) o Palmeiras foi à campo enfrentar o Libertad/PAR, time que não disputará a Libertadores em 2016, mas que possui uma tradicional camisa no cenário do futebol sul-americano.

O zagueiro Nathan, os meio campistas Rodrigo e Cleiton Xavier e os atacantes Pablo Mouche e Lucas Barrios não viajaram à Montevidéu. Cleiton ficou no Brasil para se recuperar de uma lesão na panturrilha. Já Rodrigo e Barrios foram preservados. O primeiro, após sofrer um entorse no tornozelo no treino da última sexta-feira (15), já o segundo de um possível desgaste físico. Nathan e Mouche ficaram em solo brasileiro por opção de Marcelo Oliveira.

Antes da bola rolar mais um jogador foi preservado, o zagueiro Vitor Hugo. Mesmo assim, foram poucas mudanças do time que inciou 2016 em relação a base titular do Palmeiras em 2015, três específicamente: o zagueiro Vitor Hugo preservado, como dito anteriormente, deu lugar ao contestado Leandro Almeida, Edu Dracena fez a sua estreia na posição ocupada ano passado por Jackson, hoje no Internacional, e o atacante Lucas Barrios, também como dito anteriormente preservado, deu lugar a Alecsandro. Sendo assim, o Palmeiras iniciou a temporada 2016 com: Fernando Prass; Lucas, Edu Dracena, Leandro Almeida e Zé Roberto; Arouca, Matheus Sales, Dudu, Robinho e Gabriel Jesus; Alecsandro.
Time que começou a partida permaneceu no 4-2-3-1 (Foto: Globo Esporte)
O jogo: Primeiro Tempo
Sobre o jogo, este foi um tanto quanto monótono. Pra ser mais claro, foi bastante chato. Porém não foi de jogar fora. Na primeira metade da etapa inicial podemos destacar algumas situações positivas neste “Verdão Libertadores Obsessão”. A primeira, na beirada do campo. O técnico Marcelo Oliveira interagiu bastantes com os jogadores que estavam em campo. Elétrico e gritando bastante, Marcelo insistiu para que o time trocasse passes e se livrasse dos chutões que assombraram o Palestra em 2015. A princípio, os gritos deram certo e o Palmeiras tocou bastante a bola. Mas após os 25 do primeiro tempo o Verdão se acomodou a as ligações diretas apareceram novamente.

Dentro de campo, o destaque foi para o sistema defensivo, principalmente para a dupla de volantes. Matheus Sales foi soberano no meio campo. O agora camisa 26 foi intenso na marcação e apoiou bem o ataque descendo em velocidade. Já Arouca auxilou bastante o sistema defensivo na saída de bola. Na zaga, Edu Dracena fez uma ótima estreia. Muito bem na marcação e se apresentando bem nas bolas alçadas na área, aonde quase fez um gol no início do primeiro tempo. Edu só não foi nota dez porquê quase comprometeu o andamento da partida quando saiu jogando errado na metade da primeira etapa e quase o seu vacilo resultou com que o Libertad abrisse o placar. Porém o time paraguaio desperdiçou a oportunidade com Salcedo.

Mas nem tudo foi flores no sistema defensivo na partida de ontem. Leandro Almeida mais uma vez foi muito mal. Assim como em 2015, Leandro não passou confiança e errou muitos passes na saída de bola comprometendo o time defensivamente.

Já ofensivamente, o Palmeiras ficou bem abaixo da média. Pelo menos nos primeiros quarenta e cinco minutos. Alecsandro atuou na entrada da área para fazer a distribuição aos jogadores que chegavam de trás, algo interessante caso Barrios estivesse em campo, já que ele atua muito bem na condição de pivô Entretanto, Alecsandro não foi eficiente nessa função na partida de ontém.

Robinho, Dudu e Gabriel Jesus também não fizeram uma boa partida, o último principalmente.

O Jogo: Segundo Tempo
Na volta do intervalo o Palmeiras não mudou. A partida também não. 

O Palmeiras não agredia e passou a afrouxar a marcação no início da etapa final. Por sua vez, o Libertad não aproveitava os vacilos do Palmeiras para o agredir. Resultado, o jogo continuava sonolento.

Aos 18 minutos o Palmeiras perdeu Gabriel Jesus, que com câimbras deu lugar a Erik. Vindo do Goiás, o garoto que têm características semelhantes a de Jesus, estreou após ser o jogador mais elogiado pelos membros da comissão técnica nos treinos em Itu. E não é que os elogios procederam? Veloz e muito eficiente pela beirada do campo, o Erik deu uma cara nova ao Palmeiras nesta partida.

Dois minutos após a entrada de Erik, Marcelo Oliveira fez mais duas boas alterações. Alecsandro deu lugar a Cristaldo, centro avante que flutua melhor na entrada da área, e Moisés que fez sua estreia entrando no lugar de Arouca, o que fez com que o Palmeiras evoluísse na saída de bola ofensiva e nas chegadas por trás da zaga paraguaia, pois Moisés possui em suas principais características de jogo o bom passe e a velocidade

Aos 30, outra boa mudança promovida por Marcelo Oliveira, Agustín Allione por Robinho, valorizando a movimentação ofensiva.

Após as alterações, não demorou muito pro Palmeiras criar chances claras de gol. Aos 34, Dudu recebeu bom contra ataque puxado por Matheus Sales, viu Allione e Erik surgirem pelas beiradas, mas foi fominha. Até chutou bem, porém acertou o travessão.

Dois minutos depois, Moisés achou bem Erik que enfiou perfeitamente para uma ótima infiltração de Allione que abriu o placar. Gol com o dedo de Marcelo Oliveira em uma jogada feita por três jogadores que ele acabara de colocar. Após o gol, o Libertad acabou indo para cima, mas em vão. Sem poderio ofensivo, o time paraguaio pouco assustou a defesa palmeirense. Afinal, foi assim durante todo os noventa minutos.
Allione e Erik saíram do banco e fizeram a jogada do primeiro gol do Palmeiras (Foto: Globo Esporte)
O resultado já parecia estar sacramentado quando aos 45 minutos Cristaldo fez ótima jogada e foi derrubado na entrada da área. Zé Roberto cobrou a falta com açúcar na cabeça de Moisés que subiu e fez um belo gol dando números finais a partida, 2 a 0 e Palmeiras na final da Copa Antel.

Sequência no Uruguai
Hoje (21) o Palmeiras enfrentou o River Plate/URU num jogo treino no centro de treinamento do time uruguaio. Com o time reserva, o Palmeiras goleou por 4 a 0, gols de Érik, Rafael Marques, Thiago Santos e Régis. O duelo teve sua importância pois caso o River passe pela Universidad/CHI na Pré-Libertadores, será o primeiro adversário do Palmeiras no grupo dois do maior torneio das Américas no dia 16 de deveres.

Já sábado (23) às 22h15 (horário de Brasília) o Palmeiras encara o Nacional/URU na decisão da Copa Antel. Fora a importância da decisão do torneio quadrangular, esta final se faz mais importante pois Palmeiras e Nacional já estão classificados para o famigerado grupo dois da Copa Libertadores e se enfrentarão nos dias 9 (no Allianz Parque) e 17 (no Uruguai) de março.
Eguren, ex-Palmeiras e hoje no Nacional, visitou o vestiário do Versão. Eguren e Palmeiras se encontrarão neste sábado na final da Copa Antel.
Enfim, com cara, jeito e adversários de Libertadores a Copa Antel pode não ser tão importante quando a Libertadores mas ela alerta de que a obsessão já está batendo em nossa porta.
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Autor: fábio

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