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Mancha Alviverde homenageia Marcos quando completou 500 jogos pelo Palmeiras. Foto: FotoTorcida |
Marcos virou goleiro por acaso e não fez pouco caso da situação. Por ser o irmão mais novo, foi para o gol da família sem saber que defenderia o gol de milhões de famílias palestrinas tempos depois. Pegou bem e também pegou gosto pela coisa que não sabia que seria a sua profissão.
Marcos se destacou no Erva Doce, foi para a base do Lençoense e depois pintou um teste no... Corinthians. Não deu certo no clube alvinegro e voltou para Oriente, seu colo emocional junto com a sua família. Sorte a nossa. Azar para o time preto em branco anos depois.
Marcos passou no teste do Palmeiras em 1992 e demonstrou que lá era a sua casa. Palmeirense, sua chance de jogar apareceu 4 anos depois contra o XV de Jaú após substituir Velloso. Como titular, atuou contra o Botafogo-SP, no Palestra Itália, sua casa, casa que da qual jogador algum atuou mais do que ele: 211 jogos. Marcos defendeu seu primeiro pênalti e a história de Santo ficou mais pra frente.
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Sergio, mais que um goleiro, um amigo do peito de Marcos. Foto: Ig |
A paciência de Marcos custou cada defesa a valeu a pena esperar. Velloso se lesionou e o goleiro do Verde assumiu a bronca para fechar a tranca palestrina na Libertadores de 1999; dia 17 de março, de Marcos, mais precisamente. A derrota para o maior rival (Corinthians) custou críticas sem pé nem cabeça para as mãos que não impediram dois gols indefensáveis.
Marcos passou a ter sequência e a cada jogo que passava, se tornava cada vez mais confiável no gol do Palmeiras. Nas quartas de final da Libertadores, o Corinthians foi novamente seu adversário. Marquinho que virara Marcos, passou a se tornar santo ali. Fechou a meta e nos penais defendeu o chute de Vampeta. Classificação abençoada por ele.
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Pela primeira vez um goleiro foi eleito o melhor jogador da Libertadores. Marcos. Foto: Globo |
Corinthians não deixara de ser vítima de Marcos. Marcelinho Carioca foi brecado num chute espalmado pelo Santo, que desta vez não se ajoelhou para agradecer a Deus, como de costume, foi pra galera palestrina no Morumbi emblemático de 2000 e sempre na semi da Libertadores.
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Momento da defesa de Marcos no chute de Marcelinho Carioca. Foto: Estadão |
Marcos foi muito mais ídolo justamente numa das maiores fases ingratas do Palmeiras. Fase que só faz o coração bater mais forte. Fase que a devoção se fez mais forte. Fase que seu corpo anunciava um baque por tantas lesões.
Marcos utilizava a sua intuição para defender pênaltis. Usava sua experiência para vencer os batedores. Ganhava por se dedicar ao máximo. Seu salário era mais torcida do que dinheiro, e ambos, conquistados merecidamente.
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Marcos, pegador de pênaltis. Foto: Terra |
Marcos respondia o que queria. Impressão que a boca não mexia e sim o coração. Por muitas vezes colocou a boca no trombone mas jamais colocou a mão no fogo por gente que pisou no Palmeiras, onde ele sempre soube agradecer.
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O Palmeiras tinha um jogador e torcedor em campo. Foto: Uol |
Marquinho que virou Marcos e depois se tornou Santo, tem o orgulho de ser amado até hoje por uma das torcidas mais exigentes do planeta. Até torcida que não é verde. Por todos. Alviverde inteiro. Homem de coração inteiro. Respeitado. Verde como a esperança. Branca como a paz que ele trazia na meta palestrina. Cores que, por sua vez mescladas, resultam em saudade e gratidão por tudo.
A moda de viola e simplicidade fazem parte do Marquinho de Dona Antonia e Seu Ladislau, corinthiano roxo e torcedor da Sociedade Esportiva Marcos, não do Palmeiras. A superação e o amor pelo Verde resultam em Marcos. Se doar até não ter mais corpo nem choro, tudo pelo Palestra, fez-se o Santo. Tudo isso junto se resulta em Marcos Roberto Silveira Reis.
O Palmeiras é 100 vezes você e mais um pouco. E Marcos é 12. Nostro 12.
Marcos Roberto Silveira Reis
Oriente (SP), 04/08/1973
Esteve no Palmeiras desde 1992 até 2012, quando se aposentou
532 jogos
1 Libertadores (1999)
1 Mercosul (1998)
2 Brasileiros (1993/1994)
1 Copa do Brasil (1998)
1 Copa dos Campeões (2000)
2 Rio-São Paulo (1993 e 2000)
4 Paulistas (1993/1994, 1996 e 2008)
Marcos Roberto Silveira Reis
Oriente (SP), 04/08/1973
Esteve no Palmeiras desde 1992 até 2012, quando se aposentou
532 jogos
1 Libertadores (1999)
1 Mercosul (1998)
2 Brasileiros (1993/1994)
1 Copa do Brasil (1998)
1 Copa dos Campeões (2000)
2 Rio-São Paulo (1993 e 2000)
4 Paulistas (1993/1994, 1996 e 2008)
Referências: Livros Nunca Fui Santo - Biografia de Marcos e Palmeiras, 100 Anos de Academia.
Agradecimentos especiais: Mauro Beting e Vanessa Amaral.
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