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| Desde pequeno e minha primeira vez no Palestra |
Como me tornei Palmeirense...
A história é longa, mas com paciência ela se resolve.
Nasci
em 1995, tempos de glória do alviverde de Palestra Itália. Meu pai,
diferentemente de meu avô, é palmeirense. Não o palmeirense de ir ao estádio
(teve uma decepção na bancada em 1989 e parou) mas torcedor. Não é
preciso dizer que fez de mim um Palestrino.
Sempre
soube, desde que me conheço por gente, defender o verde e o branco. Entretanto, só aos onze anos passei tê-lo como razão. Ideologia e amor vitalício.
Ainda que seja além da vida.
Foi em
2006 que tomei gosto por futebol. Sentindo o clima de Copa do Mundo me
apaixonei pelo esporte. Felizmente eu já tinha um time. Primos mais próximos, são paulinos, tentaram me fazer tricolor. E
por muito pouco não conseguiram. A eles, prometi que viraria a casaca se o time
fosse campeão do continental. O São Paulo não só perdeu o campeonato como me garantiu boas risada. E graças a São Marcos, não havia mais pressão. Eu era, de
vez, Palmeirense.
Minha
primeira partida (na TV) foi um Santos 5x1 Palmeiras. Dolorido de se ver.
Pressão do lado. “Troca de time cara, esse time é uma merda!!!” dizia meu
tio. No dia seguinte ganhei minha
primeira camisa. Pirata, com o número sete as costas. Na época, o Animal
ostentava o número da perfeição divina. Em 2008 vi o primeiro título. Um Campeonato Paulista mega comemorado por mim. Só não comemorei mais por estar na
casa da minha avó no dia do titulo. Mas me lembro bem da festa na rua. Foi
muito lindo. O melhor time que vi. Marcos pegando tudo!!!
Como
disse lá no começo, meu pai não era muito de estádio. Sempre pedi para que ele
me levasse ao Palestra Itália. Ele dizia que levaria, um dia. Até fomos em
2010, mas o Palestra já estava fechado para reforma e me restou ver o campo do
estacionamento do shopping Bourbon. No ano seguinte, me tornei Avanti. Como
sócio torcedor, tinha vantagens. E mais facilidade para comprar ingressos.
Alguns amigos do meu pai, sabendo disto, me convidaram para ir ao Pacaembu. O
jogo era um Clássico da Saudade. Deve ter demorado 16 anos, 9 meses e 25 dias para
o domingo 10/07/2011 chegar. Chegou! E preciso dizer a vocês, foi até o dia
28/02/2015 o dia mais feliz da minha vida. Ao chegar a praça Charles Muller,
todos de verde e de branco. Camisas de todas as épocas. E todos companheiros de
credo. O credo mais importante, Palmeiras. Foi mágico! Ao entrar, o canto da
Mancha Verde sendo entoado enquanto o bandeirão subia. Que espetáculo! Não
demorou para comemorar o primeiro gol, foi aos vinte minutos. Vencemos aquela
partida por 3x0. O Santos, time que me fez sofrer na primeira partida que vi,
foi também o time derrotado na minha primeira partida no estádio.
Em 2012, senti o ápice do
futebol. Chorei, pela primeira vez, de alegria. Tantas lágrimas foram derramadas
em episódios dramáticos, mas aquelas eram da mais genuína felicidade. Até rojão eu
tinha comprado. Foi uma noite longa aquela. Depois do gol do Coritiba eu estava
perdendo os dedos. Foi Betinho que deu a eles sobrevida. Que nos tranquilizou.
Ao apito que encerrava o prélio, me ajoelhei. Agradeci, chorando, a São Marcos.
E o santo ainda me ouviria muito naquele ano. Só ouviria, nada pode fazer
contra o rebaixamento. O jogo contra o Fluminense em Presidente Prudente
fez o domingo mais triste da minha vida. Fomos rebaixados! Prometi
que abandonaria o futebol, o Palmeiras por conseqüência. Já não aguentava mais
tanta tristeza. Mas foi só a bola rolar no Paulista de 2013 que a promessa foi
pro vinagre. O texto é longo, a história
também, mas já estou terminando. Vou saltar para 2015.
Fevereiro
deste ano, meu pai me deu o recado. Tinham me convidado para ir ao Palestra
Itália –me permitam chamá-lo assim. Respeito o Allianz Parque, mas no número
1840 da Turiassu não pode ter outro nome. Quiçá Parque Antártica, e só– não pensei duas vezes para dizer que
estava dentro. A batalha a ser travada
era Palmeiras x Capivariano. E se havia demorado 16 anos, 9 meses e 25 dias
para aquele domingo chegar, o dia 28 demorou 100 anos. Mas chegou (a história
desse dia eu conto aqui). De São José a São Paulo fiz a viagem mais longa da
vida. Vencemos a partida. Eu tive o dia mais feliz nesses vinte anos.
Sei que
passei um pouco do “Como me tornei Palmeirense” mas passei por uma razão. Pra
mim, a cada dia, vitória e derrota, é tempo de me tornar um pouco mais
Palmeirense. A cada amigo que faço, seja na rua ou na internet através do
Palmeiras. Ao cumprir a alcunha de “Palmeirense” quando não me conhecem bem e
me taxam assim. Até o último dia de
vida, me tornarei Palmeirense. Porque sempre é tempo de ser, viver e de tornar
Palmeiras.




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