[Basquete Verde e Branco] Entrevista com Nico Gianella e Maxi Stanic


Maxi Stanic e Nico Gianella, argentinos da equipe de basquete do Palmeiras, bateram um papo sobre carreira, momentos, seleção argentina e Palmeiras. A entrevista se consiste em perguntas parecidas para ambos, mostrando a visão de cada um sobre praticamente os mesmos assuntos.

Carlos Nicolas Gianella, nascido em La Prata no dia 14 de fevereiro de 1978. Jogou quase 10 anos na Espanha, jogando também na Itália, além da Argentina, antes de chegar no Palmeiras nessa temporada.

 

Paixão Palestrina: Você jogou com praticamente todos os jogadores da geração de ouro argentina, o Manu Ginobili, o que ele tinha de diferente dos outros atletas?

Nico Gianella: A parte de talento e a cabeça, ela mostra a sua diferença na cabeça, muito inteligente, não só dentro da quadra como fora também, ele é muito, muito inteligente.

PP:E Luís Scola?

NG:Luís também, outro jogador que é muito inteligente e muito consistente. Ele gosta de trabalhar, para sempre estar melhorando, ele nunca para, sempre em quadra treinando, para aprimorar a parte de talento que tem. É um trabalhador constante.

PP:Você tem um certo renome na Europa e na Argentina, mas nunca conseguiu uma sequência mais longa na seleção, você acredita que isso se deve por que?

NG:Devido a Pepe Sanchez, Montecchia e depois Prigioni. Esses três são jogadores que estão em um nível superior ao meu.

Gianella jogando contra o Goran Dragic, atualmente jogador do Miami Heat.
PP:Você está a quase uma temporada do Brasil e gostaria de a diferença do basquete brasileiro ao basquete argentino?

NG:Aqui é um pouco mais rápido, na Argentina é muito mais estratégia, assim como na Europa, lá ainda há mais estratégia.

PP:Quais são as principais qualidades do Maxi Stanic dentro e fora da quadra?

NG:Fora dela, somos colegas de muitos anos, estamos jogando contra desde os 9 anos, imagina se não nos se conhecemos, para mim foi um alívio grande quando chegou ao Brasil, me ajudou um pouco na adaptação, já estou praticamente adaptado, ele me deixou mais contente e tranquilo. Dentro dela as qualidades são todas, ele sempre está um segundo antes do resto, muito inteligente, te facilita o trabalho na quadra.

PP:Um momento inesquecível de sua carreira?

NG:Quando fui campeão da Liga Argentina, foi um grande momento, temporada 99/2000 ( Nota: o clube que ele foi campeão, era o  Estudiantes de Olavarría)

PP:Qual foi o melhor momento de sua carreira?

NG:Acho que praticamente todo período no Granada, se não me engano sou o maior assistente da história do time na ACB(Liga Espanhola) e cheguei a seleção por isso, então sou grato e acho o melhor momento da minha carreira (Nota: Gianella é o maior assistente e cestinha da história do Granada na ACB).


PP:Você fez muito sucesso no Granana, é um dos principais, talvez o principal jogador na história do clube, como era a relação sua com a torcida, a cidade?

NG:Eu já era adaptado como um morador da cidade de Granada, como se fosse minha casa. Foram sete anos e para mim, me sentia em casa, quando jogava na Argentina e voltava para Granada, me sentia que estava em casa, minha esposa se sentia muito bem, foram os meus melhores anos, tenho um carinho forte a todos em Granada que não vai mudar nunca, é a recordação mais bonita que tenho em minha carreira esportiva.

Nico jogando contra o armador da seleção espanhola e jogador do Minnesota Timberwolves Ricky Rúbio.


PP:Qual é a diferença de jogar em um clube de camisa como o Palmeiras, comparando os outras equipes que já jogou na carreira, como o Granada?

NG:Quando cheguei aqui Maxi havia falado que a paixão do torcedor parece muito com a equipe de futebol que torço na Argentina, Ginmasia y Esgrima de La Prata, são duas equipes com torcida muito apaixonadas. Chegando aqui não pude reclamar de nada, já conhecia o clube de futebol, o carinho da torcida cantando sempre, seguindo o time, para mim isso é muito importante, porque como jogador é importante sentir essa força, assim consegue contagiar, puxar a equipe, deixando o time melhor em quadra, sempre serei agradecido ao carinho do torcedor aqui, pois a pouco tempo que estou aqui, o tratamento da torcida é uma maravilha, o princípio da temporada houve alguns problemas com uma tensão com a torcida com a comissão, mas mesmo assim desde o início comigo tiveram um carinho especial e tento sempre retribui-lo com vontade dentro da quadra.

PP:Você jogou no Gimnasia y Esgrima de La Prata, como é jogar na equipe que torce?

NG:É o maior momento que se pode viver na carreira, maior coisa que pode acontecer para um jogador, quando veste a camisa da equipe que você torce, é o momento mais incrível que você pode passar. Não descarto quando estiver acabando a carreira, que não sei quando vai ser (risos) poder vestir aquela camisa e terminar minha carreira de jogador lá, seria grandioso.

Stanic e Gianella na seleção argentina

Maximiliano Ariel Stanic, nascido em Morón no dia 2 de dezembro de 1978, jogou quase dez anos na Europa, sendo que passou a maior parte do tempo na Itália, mas também jogou na França e Espanha está na segunda temporada pelo o Palmeiras e já é o principal ídolo desse volta do basquete alviverde.



Paixão Palestrina:Você jogou com praticamente todos os jogadores da geração de ouro argentina, o Manu Ginobili, o que ele tinha de diferente dos outros atletas?

Maxi Stanic:Cabeça. Acho o basquete um esporte físico, sobretudo mental, o que Manu tem e mostra no dia-a-dia é a cabeça. Ele faz o que precisa no momento que o time precisa. Pode errar o chute, mas dificilmente tomará uma decisão errada.

PP:E Luís Scola?

MS:Luís Scola é o cara que trabalha, duas, três mais que qualquer jogador. Ele é quase um robô, os momentos que você ver ele na quadra, ele treina, treina, treina, chega duas horas antes do treino e já está fazendo seu arremesso, já está fazendo um trabalho para melhorar o movimento de pernas, isso é sua cabeça, se ele trabalhar, vai ser melhor que o resto.

PP:Você tem um certo renome na Europa e na Argentina, mas nunca conseguiu uma sequência mais longa na seleção, você acredita que isso se deve por que?

MS:Pepe Sanchez, Pablo Prigioni e Montecchia. Três caras geniais, principalmente Pepe e Pablo que tem o mesmo estilo de jogo. Ele tiveram dez, doze anos de seleção, para mim era impossível jogar, quando tem caras assim, você não pode fazer nada, quem estava atrás do Pelé e Maradona não podia fazer nada. Tenho nível para jogar, mas com caras assim, não pude fazer nada, por isso quando tive a oportunidade, joguei bem, ganhei, fiz o que tinha que fazer, mas com esses caras aí você não pode fazer nada (risos).

Stanic enfrentando Pablo Prigioni em 2009.
PP:Quais é a diferença do basquete brasileiro ao argentino?

MS:O basquete é mais de meia quadra, mais devagar, aqui no Brasil, o jogo é de mais correria, mais rápido, mas nos playoffs, muda, os times cadenciam mais o jogo dentro de quadra.

PP:Quais são as principais qualidades no Nico Gianella dentro e fora de quadra?

MS:O Nico é um cara muito inteligente, muito atlético para posição, isso faz ele ter vantagem em quadra. Fora dele é um cara sensacional, parceiro, um amigo, conheço o Nico faz muito tempo, sempre quis jogar com ele e finalmente tivemos essa possibilidade no Palmeiras.

PP:Um momento inesquecível da carreira?

MS:Quando fui campeão do Sul-americano de 2008 com a seleção argentina, foi incrível, fui o líder de assistências, melhor armador, foi um grande momento.

PP:Qual foi o melhor momento da sua carreira?

MS:Eu acho que foi em 2006, que jogava na França, joguei, fui o melhor assistente da Eurocup e no campeonato francês, no primeiro ano na ACB( Liga espanhola), onde fui o segundo melhor passador da liga ficando na frente de Ricky Rúbio e atrás do Marcelinho Huertas( Nota: Stanic ficou na frente do Marcelo Huertas também, só ficou atrás no estadunidense Omar Cook).

Stanic jogando contra Marcelinho Huertas, armador da seleção.


PP:Você jogou no Scafati da Itália por três anos e foi ídolo por lá, como era a sua relação com a cidade, torcida?

MS:Era bem legal, era o capitão do time, símbolo da torcida, da diretoria, foram três anos que conseguimos ganhar, fazer ótimos campeonatos e tinha 3500 torcedores todo jogo.

PP:Qual é a diferença de jogar num time com Scafati e jogar num time de camisa como o Palmeiras?

MS:Lá é uma cidade, aqui é o mundo, onde você vai tem torcedor palmeirense. Você faz 3 mil quilômetros, chega em Fortaleza tem 150 torcedores que sabem teu nome, que não te deixa nunca, fica sempre perto da gente, é impressionante o carinho do torcedor palmeirense e a paixão, não tem qualquer relação com outro clube que joguei.

PP:Você é torcedor assumido e já jogou pelo Boca Juniors, como é jogar no time de coração?

MS:(Risos) Tem que viver, não pode explicar, porque tem muita coisa que você deixa de lado, pois você quer estar lá. Eu cheguei no Boca e fiquei três meses sem contrato, porque queira estar ali e não tem problema. Isso que você faz de diferente, pois é o time que torce e deseja estar nele.

Stanic e Gianella se enfrentando em 2009 pela ACB.

Hoje o Palmeiras joga sua vida contra o Franca no Ginásio Palestra Itália, às 20 horas. Compareça torcedor palmeirense, apreciam esses dois grandes jogadores.

Stanic e Gianella esperam vocês no Ginásio.


Compartilhar com Google+

Autor: Matheus

    Comentar com o Google+
    Comentar com o Facebook

0 comentários:

Postar um comentário