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Seria bom se só essa imagem resumisse o jogo (Foto: Globo Esporte) |
Estreia de Libertadores, jogo fora de casa contra um time tecnicamente e historicamente inferior. O Palmeiras fica duas vezes na frente mas em ambas as ocasiões sede o empate. Afinal, empate com sabor de vitória ou de derrota?
No cardápio do torcedor a opinião ficou meio dúbia - inclusive a deste que vos escreve. Por isso, o pós-jogo de hoje será duplo, até porquê o cliente tem sempre a razão.
Possibilidade 1: Empate com sabor de derrota:
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Barrios, uma das pitadas no gosto de derrota. (Foto: Globo Esporte) |
O nosso adversário era o River Plate do Uruguai, um time que nunca venceu sequer o seu campeonato local, que sua maior glória internacional foi uma quarta colocação de Copa Sul-Americana. Convenhamos, entre os leões da Libertadores o River não passava de um ursinho de pelúcia. Principalmente frente ao Palmeiras, maior campeão nacional no país do futebol (pelo menos nos resta a alcunha), campeão da Libertadores no ano de 1999 e que chegava a sua, nada mais nada menos, décima sexta estreia nesta famigerada competição continental. A vitória era mais que obrigação. Apenas em tese.
Ao ver a escalação inicial o torcedor mais pessimista e corneteiro quase caiu para trás. Três volantes. Marcelo, você tá louco? Tá com medinho? Seu Burro!
Em campo via-se um time que tocava, tocava, tocava, tocava... Nada de chute, nada de "uh", nada de algo que pudesse nos levantar do sofá e nos trazer a sensação de que o gol estava perto. Só troca de passes.
Na melhor oportunidade até ali, Barrios foi Barrios. Muito marketing e bola até agora só no Colo Colo e no Dortmund. Pena que isso foi a cinco anos atrás.
Fica pior ainda quando o juiz não facilita. Pênalti claro no Erik e que o árbitro deu? Óbvio, nada. Essa falta fez falta, professor. Até porquê foi pênalti.
Mas ainda assim conseguimos fazer um gol ainda no primeiro tempo. Na bacia das almas. De volante (também só tinha volante no time). De bico (mas também vale). Jean. Não cabe a esta parte elogios, mas com o perdão da licença poética, Jean vem correspondendo bem esse início de passagem.
No gol, passe do Dudu. Primeiro verão feito pela andorinha solitária da armação até agora. Muito pouco, mas vou me privar de criticá-lo, pois todos sabemos que isto é muito mais culpa do Gargamel de boné que ainda não entendeu que o DUDU NÃO É ARMADOR.
No segundo tempo Jesus entra no lugar do Erik. Seis por meia dúzia. Não entendi, mas tudo bem.
Três minutos de jogo e pênalti pro River. Gol do River. Não sei nem em quem colocar a culpa no lance. Então vamos prosseguir.
Barrios novamente decepcionou. Já Alecsandro entrou com fome de bola - com o perdão do trocadilho. Passe de peito e gol do menino Jesus, que com a camisa do Santo fez o seu primeiro gol internacional pelo Palmeiras justamente no torneio que consagrou aquele que imortalizou a 12 que só Jesus teve o poder de ressuscitar.
Porém, pouco tempo depois, escanteio pros caras, ninguém sobe, ninguém marca e numa espécie de hipnose coletiva - que vem acontecendo diversas vezes com o Palmeiras desde a virada do século, logo não é novidade - mais um empate do River.
Robinho entra. Ou melhor, Robinho entra? Se pra Jesus e Alecsandro o chá de banco resultou em disposição, para Robinho resultou em mais sono.
Por fim, empate com sabor de derrota e a terça-feira acabou frustrante para toda a nação palmeirense.
Possibilidade 2: Empate com sabor de vitória:
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Jean, uma das pitadas no gosto de vitória (Foto: Globo Esporte) |
É Libertadores, então não importa a tradição e a camisa do adversário, jogo fora é aguentar a pressão - mesmo o estádio estando vazio.
Ao olhar a escalação inicial os três volantes até agradaram, Marcelo se mexeu. Erik de titular também agradou.
Com a bola rolando não se via mais chutões e o trio de volantes qualificava a saída de bola e a compactação no setor de meio campo. Era algo interessante a se observar.
Houve excesso de faltas, ok, mas é Libertadores.
Muito mais saída de bola e até o pênalti não marcado em cima do Erik não é pra se reclamar, já que o gol do Jean saiu no minuto seguinte, na finalização da jogada.
Se com Robinho em campo já era clarividente que Dudu era o nosso "armador", com os três votantes até aqueles que ainda não tinham reparado passaram a ver. Não é a dele, mas Dudu se saiu bem, pelo menos nos quarenta e cinco minutos iniciais.
O Palmeiras foi melhor durante a maior parte do jogo, dominou a posse de bola. Se no primeiro tempo essa superioridade com o domínio de bola não foi suficiente pra construir boas jogadas, no segundo tempo insistimos, pelo menos após sofremos o segundo gol de empate.
A defesa foi bem, cochilou apenas uma vez. Pena que nesta vez saiu o segundo gol do River.
Thiago Santos brecou bem a cabeça de área. Jean se apresentou muito bem. Alecsandro falhou em converter algumas oportunidades, mas fez sua melhor partida com a camisa do Palmeiras até agora. Dudu quando teve fôlego foi pra cima e criou boas jogadas. Enfim, o futebol do Palmeiras foi diferente do que vinha sendo apresentado nas duas últimas partidas. Agradou.
Se você ainda acha que o empate teve sabor de derrota, lembre-se da nossa campanha em 2013: 9 pontos, 3 vitórias (todas em casa) e 3 derrotas (todas fora de casa). Classificação em primeiro do grupo. O empate fora é bom sim!
Conclusão: Empate com sabor de empate:Podemos achar pontos de concordância e discordância em ambos os pontos de vista.
Foi interessante ver mais uma vez o bom futebol do Jean, assim como foi legal ver Alecsandro e Gabriel Jesus quando entraram e o primeiro tempo de Dudu. Por outro lado, alguém poderia dar um GPS pro Arouca, principalmente quando ele precisasse passar pela Av. Zé Roberto.
Pro contexto Libertadores, um resultado interessante. Pro contexto do jogo, merecíamos mais.
O desempenho do time ainda precisa melhorar muito, mas convenhamos que ontem já evoluiu um pouquinho.
Escrito por Fábio Lázaro
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