Não se nega organização

Foto: Gazeta Esportiva 
O Nacional-URU se tornou uma bronca na vida do Palmeiras há muito tempo em Libertadores, tanto que é uma das equipes que mais enfrentaram o Verde. Em 2009, eliminou o clube palestrino nas quartas de final da competição. Meu relógio batia 22h36, no dia 9/3/2016 quando saiu o primeiro gol com abençoado corte de Jesus. E graças às trapalhadas (entenda-se como falta de organização e padrão ao time) de Marcelo Oliveira já estava com dois gols tomados. Algo fora de ordem, em resumo, perdendo por 2-1, gols de Lopez e Barcia.

Meu rádio chiava. Refleti. Ainda que, em 2009 tenha ficado para trás, levei por um bom tempo aquela eliminação. Oras, o Palmeiras sobreviveu ao grupo da morte e respirou na Ilha do Retiro, local que muitos apontaram e apostaram o fim da caminhada palestrina contra o Sport. Nem pensar! Vitória! Contra o Colo-Colo, na última rodada da fase de grupos, a mesma coisa: vencer ou ganhar. Duas palavras diferentes com significados iguais. Cleiton Xavier, aos 42 da segunda etapa deu o gol da classificação ao Verde por 1-0.

Oitavas de final e novamente o Sport. Desta vez apostaram as mechas de cabelo. Não apostei nada. Perdi muitos fios de cabelo com aqueles dois jogos com 1-0 de cada lado, sobraram as cobranças de pênaltis. Marcos pegou três. Inacreditável seria se não fosse ele. Acreditamos no inacreditável quando o assunto é o Palmeiras. Classificado.

O Nacional arrancou um empate com gols no Palestra, 1-1, no Uruguai foi puxado; regulamento debaixo do braço e os pés de Obina até hoje lamentam o gol perdido. Eu também. 0-0 e o clube do Uruguai avançou à semifinal.

Neste reencontro em casa, 2016, no mesmo lugar, em tese, com a alma resistente após tantas pancadas, tudo isto só "rivaliza" ainda mais Nacional-URU e SEP. Eguren, apesar de ser gente boa e ter bom gosto musical tomou seu cartão amarelo habitual e chimarrão, talvez. Não desceu o jogo de 2009 e este também, pois se parece um pouco com o outro; Lucas em noite de finalização de Obina, ambas valiam demais e os dois erraram. Explicitamente errado crucificar o lateral, pois fez um bom ano de 2015 e oscila até o momento.

A queda já aguardada do treinador

"As coisas não estavam andando", explica Alexandre Mattos, sobre a demissão de Marcelo Oliveira (51 jogos, pouco mais de 50% de aproveitamento). Contestado por 99% da torcida palestrina. Fica 1% de reflexão e ela serve bastante para o agora ex treinador do Palmeiras. Reciclar conceitos é essencial na vida de um profissional, para quem estuda jornalismo ou economia. Ninguém está acima das coisas e sabe de tudo. Achar significa infinitas possibilidades, inclusive nada.

Luxemburgo era o treinador do Verde em 2009. Dele partiu a última cara de time que deu resultado, apesar de diversas ações frustradas, como Jumar (sim, lembro daquela música!). Felipão era outra questão: grupo mais fraco, dependendo da bola parada de Marcos Assunção e algum lampejo físico e técnico de Valdivia, além da raça, logo externada após o título da Copa do Brasil de 2012, aquela equipe não teria vida longa. A reta final de temporada foi triste. Kleina assumiu antes do rebaixamento, mas não teve culpa no descenso e subiu com dignidade, em 2013. Foi demitido por não saber se impor, embora raciocinasse com boas ideias e houve uma pitada de mancada da direitoria. Gareca sequer teve estrutura (13 jogos, 33% de aproveitamento) e Dorival Jr. (23 jogos, 38%) não teve jeito, ambos em 2014. Oswaldo (30 jogos, 60% de aproveitamento), 2015, paciência. Talvez seja lembrado como referência de um trabalho que poderia dar certo. Pelo menos pra mim, pela sua maneira de pensar e trabalhar.

Peguei um trânsito ferrenho antes de ir para a aula nesta quarta e na volta perdi ainda mais tempo ao esperar o ônibus. Uma senhora me empurrou e botou a culpa no estresse diário pela sua falta de educação. E não é errado culpar o árbitro por perder a mão na partida no Allianz Parque. Sem novidades, mas não é o bastante. Cheguei em casa cansado, o time do Palmeiras estava mais. A raça pingando, não em pinga. O abatimento era nítido e seria o mesmo de quinta-feira passada, 3, Prass não deixou e o time suou para salvar o cargo do treinador, embora sem salvação alguma.

Demorou para Marcelo ser demitido, Alexandre Mattos para se expor e Paulo Nobre... veja: resta a postura para contratar um treinador e trazer suporte a ele. Futebol é resultado (infelizmente) e caso queira um time organizado, requer tempo e a paciência que faltou ao Oswaldo de Oliveira, estrutura para Gareca e respeito ao Kleina serão essenciais. Experiente, o presidente pode se sair bem desta vez. É o mínimo a ser feito. Boa sorte ao Marcelo.

Dados: Estadão, Placar e Terra
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Autor: Thiago

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