Meu jogo inesquecível ocorreu no dia 02/12/2015, final da Copa do Brasil, PALMEIRAS x Santos no Allianz Parque, antigo Palestra Itália. Era a primeira vez em que eu estava presente em uma partida onde poderia ver o Palmeiras se consagrar campeão. Títulos antes me impediram por ser muito nova.
Eu trabalhava em shopping, rotina corrida, quase sem tempo livre, mas trabalhava em uma Academia Store onde eu vivia rodeada de Palmeiras. Uma semana antes da final, a escala de folgas foi liberada. Já estava ansiosa ali querendo saber se iria folgar no dia 2, já que meu horário era das 14h até 22h. O que me impediria de ir para o estádio. Ao ver, minha folga não caiu naquele dia e não havia chance alguma de troca de horário dos outros funcionários, pois eles iriam sair mais cedo e só eu lá naquela loja tinha um ingresso garantido. Os dias foram passando e minha tristeza aumentava e junto chegava devagar o conformismo, mas eu torço pro Palmeiras, então, como deixar de acreditar em alguma possibilidade? Dois dias antes, o Gabriel, o funcionário que trabalhava comigo, hoje meu amigo cedeu seu horário de folga e disse que cumpriria duas horas para que eu saísse mais cedo e pudesse ir ao estádio. Naquele momento eu tinha a certeza de que a final seria épica!
O tão esperado dia da final chegou e eu mal conseguia trabalhar pensando em dar logo 20h para que eu pudesse sair correndo pro jogo. A hora não passava e eu me agonizava cada vez mais. Um amigo meu chegou na loja às 19h me oferecendo carona para ir de carro para o estádio, mas eu não podia sair, então aquilo me deixou ainda mais tensa pelo fato de eu ir de trem às 20h, o que demoraria mais.
Quando deu o horário, quase saí sem me despedir. Chegando na estação de trem, eis que surgem meu pai e meu tio de carro me oferecendo carona já que eles resolveram assistir o jogo em um bar pela Turiassu.
A Av. Matarazzo nunca havia ficado tão longe de casa, parecia um caminho sem fim. Até que finalmente cheguei aos arredores do Palestra e claro, trânsito. Eu estava agoniada e inquieta, pulei pra fora do carro e saí correndo em direção à entrada do portão B, Gol Norte. Chegando na Matarazzo meus olhos já encheram de lágrimas. As ruas lotadas de Palmeirenses, sinalizadores, festa, todos estavam confiantes, ansiosos e cantavam sem parar.
Andava sozinha no meio da multidão sem pensar em nada além de entrar no estádio já que faltavam apenas 20 minutos para o jogo começar e uma fila enorme para enfrentar. Via-me diante de uma festa maravilhosa que eu sabia que ia ocorrer, até porque já havia começado fora do estádio.
Quando finalmente passei pela fila, pela revista e catraca, pude respirar com mais calma e alívio, mas ainda correndo para subir na arquibancada, já tocando o hino dentro de campo. Ao subir me deparei de cara com meus amigos que sempre me acompanharam em outros jogos.
Começou. O "Clássico da Saudade" havia dado início, após o primeiro jogo na Vila Belmiro ter acabado no 1x0 para o Santos, sabíamos que de qualquer jeito aquele resultado era favorável pra nós. Não há o que dizer sobre esse jogo. A cada gol eu abraçava todos que via pela frente, conhecendo ou não, fazíamos parte da mesma família, todos.
Era o último pênalti, Fernando Prass iria bater. Naquela eu pensava que não queria ver e fechava os olhos, milésimos depois eu queria ver e abria novamente até que o título veio. Quando o gol saiu, caí ajoelhada no chão e comecei a chorar feito bebê. Não me lembro de outra vez que chorei tanto como aquela. Era choro de alegria, de emoção. Minhas mãos e minhas pernas tremiam, parecia sonho. Eu estava presente no terceiro titulo pela Copa do Brasil do Palmeiras. Eu gritei "É CAMPEÃO!" dentro do estádio.
Minha primeira final dentro do estádio de muitos que ainda estão por vir. Meu jogo inesquecível.
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