O jogo, torcida única, recomeço e Fernando Prass

Autor dos dois gols, que deram o empate ao Palmeiras (foto: Globo Esporte)
Santos e Palmeiras. Existem muitos detalhes entre os dois. Este texto não resumiria a grandeza de um nem do outro, pois são gigantes. Mas hoje, após realçarem uma rivalidade um tanto quanto morna nos últimos tempos, manteve a pegada emocionante do ano passado.

O Santos foi melhor nesta tarde de domingo, 24, assim como à decisão do Paulista de 2015, (antes também nos pontos corridos), no primeiro turno do Brasileirão e na ida pela final da Copa do Brasil. Alguns desenhos foram devidamente feitos: O palmeirense adoraria ter um jogo da volta em sua casa, pois, similar ao rival, decidiria com a mesma intensidade em seus domínios.

O Peixe ditou 99% do jogo; Cuca propôs uma equipe rápida, porém perdeu o meio e quase a cuca; Lucas Lima, graças à movimentação santista, criava espaços e os dois gols tiveram sua importância. Arbitragem horrível para ambos, mais ainda para os donos da casa, com um pênalti que marcaria e o outro não. Vitória por 2-0 até momentos finais do jogo. Só Roger Guedes foi bem pelo lado do Palmeiras.
Os times em campo (foto: Felipe Zito)
Aos 42 minutos do segundo tempo ouvia-se gritos de "eliminado" para o Palmeiras. Lembrei de inúmeras reações em questão de segundos, pois a esperança não tem a cor verde por besteira. Rafael Marques, em dois ataques seguidos, empatou a parada. Cuca foi expulso por comemorar demais e eu quase fui convidado a me retirar de minha casa, pois aqui, tudo o que não existe é torcida única. Só o sentimento único pelo Palestra.

A fé palestrina parece clichê, mas é justa, até empatando num confronto com uma vitória justíssima do Santos até aquele instante. E será quase sempre assim, não necessariamente do mesmo jeito, pois sempre se reinventam, algo que Palmeiras e Santos têm de sobra, o fator emocional significa muito e às vezes tudo.

Coincidência atrás de outra. Penais novamente. Palmeirenses e santistas sofreram um bocado. Vanderlei salvou o Santos como Prass salvara o Palmeiras, mas desta vez não foi feliz na cobrança e errou o chute. Não merece ser cobrado e possui créditos, até para quem está sem, no meu caso. Barrios e Rafael Marques erraram também. Resta treinarem mais, pois os erros foram repetidos. Rasguei os papéis e agora, tento colar algumas partes.

Torcida única
Não curto discutir assuntos "fora da natureza do futebol", mas este cabe reflexão e ser tratado há muito tempo. Torcida única é um retrocesso e o Santos não tem culpa. Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, embora não tenha agredido ninguém, possui por não lutar por mudanças, pelo contrário, pensa positivo neste aspecto. É estranho, neste caso, deveria pensar na maioria e seria minoria no setor de visitantes.

O jogador é profissional e não se rende tanto ao fator emocional, isto não reflete tanto o Verde e talvez soe saudosista, mas o torcedor, em menor número ajudaria como colabora em todos os cantos. Esta "briga" com organizadas é chata, em certos momentos parece não ter solução e, felizmente existe. Resta saber se uma boa conversa seria um começo, até aqui é utopia.

O clássico (leia-se futebol) perdeu pontos por causa desta determinação, pois o santista não tinha como apontar para o palmeirense pelos dois gols feitos (eliminação também), e o verde não revidaria a reação pelo empate. Coisas simples e importantes no esporte e não podem ser alteradas.

Recomeço
Marcelo Oliveira pecou bastante e a diretoria mais ainda pela demora em sua demissão. Cuca, dificilmente seria o técnico palestrino caso o antecessor fosse demitido em janeiro; ainda resolvia pendências em seu antigo clube.

O projeto Libertadores fracassou e doeu antes da última rodada ser consumada. O Paulista serviu para a recuperação do Palmeiras, embora tenha tropeçado com Cuca, é possível uma avaliação melhor. Serão 20 dias de preparação para o Brasileiro, reduzir o elenco e reforçar, de praxe.

O palmeirense acredita no inacreditável antes do Palestra mudar para Palmeiras e de modo atemporal, basta ter o coração representado em qualquer momento, como nos segundos de uma reação improvável para muitos e provável para o Verde, seja qual for o placar para buscar.

Jurei no dia da aposentadoria de Marcos (2012) não gostar de nenhum outro goleiro depois dele. Errei e na manhã seguinte considerei exagero meu pensamento, retifiquei com o aspecto de não considerar ídolo qualquer outro depois do Santo. Alguns anos se passaram e retifico, pela última vez: Prass merece idolatria. É o último. Se errar, tudo bem, retificarei mais uma vez e quem sabe, pela última vez também. Somos bons nesta arte de recomeçar.

Até o Brasileirão.
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Autor: Thiago

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