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Cleiton: do banco para o fundo das redes (Ag Palmeiras/Cesar Greco) |
Cheguei ao campo do Nacional, palco do jogo com a bola em jogo e um público relativamente pequeno, mas, neste momento, não é prioritária qualquer crítica até aqui sobre isso, justamente o inverso: há uma organização interessante por trás disso tudo e um clima amistoso, até mesmo quando se tem verdes no período matutino e pretos no branco à tarde. A partida era entre Botafogo Challengers e Palmeiras Locomotives.
Nos primeiros jogos, os verdes não tinham assegurado nenhum touchdown, foram derrotados, mas neste terceiro jogo veio e com uma animação tímida no começo e assim como o frio que parcialmente foi embora, esquentou consideravelmente. O terceiro período contou com o melhor aproveitamento (entenda-se como quem aproveitou mais os erros) dos Challengers e a vaca deitou: 25-6 e gastaram o tempo até o final da peleja.
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Go Locos! (Arquivo pessoal) |
Desejo sorte ao Locos. Qualquer coisa, o espaço estará aberto para qualquer informação necessária para este sonho tão necessário no coração oval palmeirense, fica a torcida para que se mantenha vivo.
O confronto
Palmeiras x Corinthians é um clássico que começa uma semana antes, só não tão brevemente quanto 1914 em diante. É pesado e cores não se misturam, embora combinem tanto por se enfrentarem de maneira distinta.
Kaylon conheceu o Allianz Parque e o verdadeiro sentimento pelo Palmeiras, tão puro que a discussão de futebol moderno ou não se torna descartável neste instante. É amor. Foi um dia 12 no dia 11 de junho e a data seguinte foi maravilhosa pela mesma razão: Novamente estar na arena para o Dérbi.
As redes sociais - ou antissociais, como quiserem - pulsam um clima de rivalidade ferrenho do maior clássico do Brasil. Provavelmente você sabe disso - e respira também -. É lá e cá, não necessariamente da capital, apenas. E quem pensa diferente, tudo bem. Só não precisa dar pontapé em direção ao rival como Júnior e revidar como Edílson também, ambos em 1999 e não recomendo dedurar torcedor rival em zona de total domínio palestrino. É uma prova de amor e loucura, por sua vez se faz presente, assim como verdes tentaram ser visitantes num ambiente de torcida única do São Paulo. Então, claro, cabe justiça ao analisar algo surreal, como um papo deste tipo.
O jogo foi duro e bem estudado. Clichê. Cuca armou mal e, novamente, reparou no intervalo o time do Verde. Numa conversa, sentia a hora de ter Cleiton na partida e em outra, a clara ideia de que o clássico terminaria com o placar de 1-0. Pra quem? Neste instante todos sabem e ratifica mais um motivo para acreditar nos comandados do treinador supersticioso, que soube impregnar o espírito de 93 no vestiário carregado de histórias do Palmeiras.
Tchê Tchê merece destaque e atenção pela atuação; mobilidade pelo meio é com ele, não quebrou a cuca do treinador, até se precisar jogar em outras posições. Compartilhando a opinião do analista tático Leonardo Miranda: "Fernando Diniz sorri", não só ele, pelo visto.
Arbitragem não foi determinante no resultado. Sinceramente, marcaria falta em Prass no gol que, em tese, seria o de empate do Corinthians. Sequer mereceu e também não merecia perder de tanto. O 1-0 ficou de bom tamanho.
Do choro ao sorriso
Há uma semana, Palmeiras e Flamengo reservaram uma partida, no mínimo, interessante em Brasília. Mas o que pesou e quem chorou virou pauta e num conflito em alta no futebol: a tal confusão do torcedor "brigão". Um pai e seu filho, Fabiano e Kaylon, respectivamente, sofreram por isso. Ontem e hoje, emocionaram-se: Um gesto muda tudo. O 7-1 mudou a favor do Palmeiras e o adversário não foi o Corinthians, e foi infinitamente mais convincente que o resultado do Brasil contra o Haiti pelo mesmo placar.
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Kaylon, Fabrício e sonho realizado (Ag Palmeiras/Cesar Greco) |
O abismo colossal de ter medo da confusão em Brasília e a emoção máxima após o gol de Cleiton Xavier, reduziram os sete dias a pó. Nada mais importa, pelo menos em alguns segundos. Só a paixão de porta verde que não cessa - ou não deveria cessar - ao seu torcedor.
Não conheço o Kaylon e sua família. Mas sei que ele é especial, de outro mundo, melhor, do nosso, aquele bem palmeirense que mal algum abala e julga. Meu 12 de junho não chegou perto daquele que muitos viveram em 1993, entretanto, com a sensação de ser algo repetitivo, algumas pessoas foram embora e o Palmeiras sobra, se redobra, cola, às vezes desbota, porém, continua lá. Firme. Ele fica. Sempre. Até depois do nosso fim.
Peço desculpas pelo seu choro em Brasília e confesso que choraríamos juntos em São Paulo. Na verdade, em qualquer lugar. Somos um só. E obrigado por reforçar minha fé nisso.
Mais três pontos ao Palmeiras, alguns para a diretoria pela atenção e usar o coração e se ele partir, teremos tantos pontos e outro dia 12 de junho para cicatrizar.
Antes do jogo, estava birrento, como Oberdan, um exigente palestrino-palmeirense, que não será esquecido. Este dia é seu também. É nosso. Caminhei feito Evair ao cobrar o penal em 93 para casa. Tudo vale a pena se lavarmos a alma. A minha está impecável. Espero que a de vocês também. Até!
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