O Palmeiras é 100 vezes você e mais um pouco

Foto: Mateus Moreira/Verdão 24Horas.
O Palmeiras - que de Parmera ainda não tinha nada - começou a trilhar seu rumo no dia 26 de agosto de 1914. Agradeça Luigi Cervo pelo nome de Palestra Italia. Reveja pontos de partida daqueles que já se despediram, que se reuniram para decidirem como seria este começo sem fim. Em memória. 

Contra o Savóia, lá em Votorantim, agradeça Bianco Spartaco Gambini pelo primeiro tento do Palestra. Isso, em 1915. Campeão pela primeira vez e sempre!
Primeiro título Paulista, em 1915. Foto: Acervo Histórico do Palmeiras.
Agradeça Caetano pelo primeiro gol no Palestra Itália, refúgio palestrino. 1917 e sempre, nostra casa, nada apaga este sentimento.

Aplauda o belo time do Palestra de 1920, de Heitor, maior artilheiro da história do Palestra e do futuro Palmeiras, seu primeiro título desta mesma história contra o até então renomado Paulistano. O clube de origem imigrante já sentia que o DNA palestrino não tinha divisão de estado ou país. A raiz italiana só mostrava o misto de sentimentos de paixão e corneta aguda, aliado ao amor, que regenera qualquer resultado, estado e tempo.

Em 1933, reverencie o time que não só derrotou, mas humilhou sem piedade o Corinthians. 8x0 e o time preto no branco até hoje não anotou a placa do caminhão palestrino de Pelicciari, Imparato e cia. Está anotada na história como a maior vitória do verde contra o gigante alvinegro.
Maior goleada da história do dérbi. Foto: Gazeta.
"Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões". Agradeça o Dr. Mario Minervino por resumir a transição de nome que teve o Palestra para Palmeiras. Se emocione com Oberdan que até os últimos momentos de sua vida colocava a mão no peito a cada hino do Verde. Ao time de 1942 que levou a bandeira do Brasil para o campo, contra o São Paulo, no Paulista daquele ano. Eles - os jogadores do São Paulo - fugiram. O Palmeiras chegou para ser campeão com virtudes palestrinas.
Arrancada Heróica, que perdeu acento e jamais sua história. Foto: Acervo Palmeiras.
Agradeça o grupo de 1951, do gigante Waldemar Fiúme, que consolou o Brasil inteiro com a conquista do primeiro Mundial de Clubes. Ghighia calou o Maracanã em 1950, no ano seguinte o Palmeiras abraçou milhões e foi Brasil sem vestir o manto amarelo quando derrotou a fortíssima Juventus da Itália.
1951: a volta pra cima do Brasil no futebol. Com o Palmeiras (foto: Memória Pública)
Entenda o quão importante reconhecer a Academia de Ademir e Dudu, gurus do futebol nos anos 60/70. Tempo que foi o primeiro clube a representar o Brasil de amarelo, com todas as cores e credos frente à poderosa seleção uruguaia, em 1965. Bateram de frente com o elenco de ouro do Santos de Pelé também, foram além de tantos jogos épicos.
O Palmeiras foi Brasil e não decepcionou, vitória por 3 a 0 contra o Uruguai. Créditos na imagem
Ostente sua fibra como Jorginho representou nos anos 80, mesmo na época de fila, destinou seu coração em prol do Palmeiras. Fase ingrata para a torcida cada vez mais inflamada do Verde. O Verde abraçou um longo tempo na fila e também adotou o apelido de porco. Espírito de porco.

Caminhe até 1993 como Evair fez. Abrace se puder. Agradeça bastante aquele que tirou o Palmeiras da fila. A Deus também. Evair era devoto e teve paciência para sua hora chegar. Como a nossa hora estava chegando também. Chegamos juntos. Até para quem não existia ainda, até para quem já sofria, chegamos. Que desandou a mesma fila conquistando diversos títulos depois.
12 de junho de 1993, dia da paixão palmeirense. Foto: Placar.
A Libertadores - que é obsessão - entrou na sala de troféus do Verde e em nossos corações também, em 99. Agradeça Alex, grande elenco, elenco de alguém que foi o primeiro goleiro a ser eleito o melhor jogador da competição, Marcos Roberto Silveira Reis.
Final da Libertadores de 1999. Foto: Placar.
Caia, mas levante-se como Marcos, que reergueu o clube, após o rebaixamento em 2002. Se quebre de novo, e entenda que a cola palestrina junta qualquer caco. Recusou milhões de dinheiro que não compram o amor de milhões de torcedores. Ele foi nós. Foi Palmeiras. Canonizado com toda a justiça por ser santo sem ser ao pé da letra. Que as letras que configuram essas palavras não são capazes de descrevê-lo. Um santo milagreiro pelo nosso alviverde inteiro.

Por que ser Palmeiras é tão abismal quanto ser um simples torcedor? Entenda a emoção do Animal, um tal de Edmundo que jogou até o final de 2007 no Verde. Desentenda também, pois o amor é irracional... irracionalmente palmeirense.
Ídolos (Marcos e Edmundo) nos bons e principalmente nos momentos ruins do clube. Foto: Folha.
O Palmeiras é Sociedade Esportiva. É Maxi, é Tiagão, é Brown, os últimos ídolos vistos no clube, saudados aos olhos marejados de uma bola de basquete. Esporte de Rosa Branca, que fez história por aqui.
Tiagão e Maxi, ídolos do basquete do Palmeiras. Foto: JGCOM Assessoria.
Hoje, 26 de agosto de 2015, se olhe no espelho e agradeça a si mesmo. Foi você que, mesmo que não tenha respirado toda essa história, sabe que a memória lida e vivida edifica a magnífica história da Sociedade Esportiva Palmeiras. Somos nós que temos que levar adiante tudo isso.
O antigo Palestra que se modernizou para Allianz Parque. Foto: Acervo do Palmeiras.
A cada tristeza, algo nos une. Cornetamos entre si. Somos chatos, por muitas vezes já nos sentimos desamparados por não vermos um time em campo. Só camisas. É pouco, mas é de porco quando outros tentam pisar no clube, ah, isso os chatos não deixam e almejam sempre defender o Palmeiras, mesmo sem entender como fazer, mas amando, dispensando qualquer explicação. Brigamos por tudo. Até em rede social, até sem querer, mas querendo o mesmo ideal: o Palmeiras vencedor.

São tantos ídolos que, fica fácil entender que toda luta pelo Verde não foi em vão. Até aqueles que injustamente não citei. Agradeça a quem te fez palmeirense. Abrace todos os palmeirenses que puder. O Palmeiras nos trouxe tudo, mesmo que muitos digam que não encha um prato de comida. Mas enche o coração de amor e isto está tão em falta quanto um prato de vida no peito das pessoas.

Allianz Parque, por investimento. Palestra, de sentimento eterno.

101 anos de Palestra, de Palmeiras, de vida, nossa vida. Minha vida é você. A esperança é verde!
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Autor: Thiago

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