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Amor e ódio (Foto: futeboldecampo.net) |
Com todo o respeito ao torcedor. Com todo o respeito a mim, pois eu também sou um. Mas nós, torcedores, somos humanos, e como todo humano, morremos, não somos eternos. Já a história de um clube, envolta à sua tradição, é eterna. Nós, torcedores, nada mais somos presentes para os clubes já que o escolhemos e chamamo-os de nosso sem nenhum motivo aparente.
E este clube, no qual os torcedores chamam de seu, tem como desenvolvedores de trabalho os jogadores.
Para que o clube mantenha a sua história sem mácula - ou com o menos possível de - ele necessita que os seus desenvolvedores de trabalho sejam plenamente competentes. Alguns não são, e acabam despertando uma ira eterna nos apoiadores desta máquina esportiva - os torcedores, na ocasião - e acabam entrando para o lixo da história daquela instituição. Quanto mais o desenvolvedor for alguém plenamente capacitado e entregue aos serviços da máquina esportiva, mais fácil será para ele cair nas graças dos torcedores. Mas se engana quem acha que habilidade é tudo. A entrega e a paixão são tão importante quanto.
Nós, torcedores, entendemos que o jogador tem esse exercício da função como algo do seu feitio profissional. Sabemos, também, que amor não enche barriga. Creio que nem queríamos que o craque do nosso time jogasse gratuitamente, pois nós temos de ter o direito de cobrar, elogiando ou criticando. E nada mais justo do que cobrar o que pagamos (indo aos estádios, gerando receita com sócio-torcedor, produtos oficiais etc.).
Enfim, como toda instituição futebolística do Mundo inteiro, o Palmeiras tem a sua história. Mas não é qualquer história, é uma história benemérita. Por mais que no começo deste século esta história foi manchada, todos os nosso feitos grandiosos são eternos. Somos a Sociedade Esportiva Palmeiras.
Também como qualquer outro clube de futebol do Planeta, o Palmeiras tem seus jogadores. E já tivemos inúmeros craques. Entretanto, o tanto de perebas que já vestiram camisa alviverde são diversos.
Agora, vamos ao específico. Jorge Luís Valdívia Toro. Você pode o chamar também de Valdívia, apenas, de Jorgito ou de Mago, caso queira.
Valdívia é um típico caso de jogador que nos deixa dúbio. Um jogador que se não fosse o Palmeiras, em 2006, na sua chegada, muito provavelmente não seria conhecido como é hoje. Um jogador que deu tantas alegrias a nós na sua primeira passagem, por que caiu tanto de rendimento na segunda?
Eu não quero me alongar e escrever tudo o que o Thiago já escreveu em um outro texto. Eu só queria destacar a bipolaridade do torcedor palmeirense quando se trata de Valdívia. E, também, a bipolaridade de Valdívia quando se trata de Palmeiras.
São polêmicas, bebedeiras, chinelinhos e declarações desnecessárias, combinadas com dribles, jogos decisivos e atuações fascinantes. Somos a mão que muito acariciou o chileno, mas que também aprendeu a bater... e a acariciar novamente.
Geralmente eu trago números, estatísticas e/ou fatos curiosos sobre o tema do texto. Mas irei quebrar o protocolo desta vez. Não que Valdívia não mereça. Ele merece. Merece tantas as estatísticas positivas, de gols, assistências, vitórias etc., quanto as negativas, que registram lesões polêmicas e idas à Disney.
Jorgito me deu muitas alegrias, assim como para a torcida do Valdívia. Não o considero um ídolo da história do palestrina. Mas sim, o considero um ídolo da história recente do Palmeiras. Todavia, entendendo que a história recente do Verdão é um tanto quanto pobre, ser ídolo desta geração não significa muita coisa.
O Valdívia de hoje é craque, como foi o que veio em 2006. Mas o Valdívia de hoje é problemático. Não que o Valdívia que veio em 2006 não fosse, ele era - nunca me esquecerei do jogo contra o Vasco no Brasileiro de 2007. Mas o Valdívia de hoje é um Valdívia que comprometeu muito mais do que prometeu. Se machucou muito mais do que jogou. Passou a falar muito mais do que driblar. E a relação custo-benefício, essa sangrou.
Valdívia é um típico jogador bipolar, sabe do seu potencial com a bola no pé, mas não sabemos o por quê, ele prefere aparecer de outra forma. Valdívia com toda a sua reticencia e bipolaridade nos deixa reticentes e bipolares. Nós não sabemos se o xingamos ou o aplaudimos, o amamos ou o odiamos. Preferimos ficar com uma gigante e eterna interrogação.
Por fim, o que eu tenho para falar para o Valdivia neste fim dele pelo Palmeiras é: eu te amo, mas vá à merda!
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