V.T. Pregar na cruz. No sentido figurado, quer dizer mortificar, atordoar, atormentar, martirizar.
Ex: Você não pode me crucificar apenas porque cometi um erro, afinal, quem nunca errou?
Leitor, reflita: você já crucificou algum jogador? Sendo palmeirense, a resposta automaticamente é sim. Rafael Marques e Fernando Prass passam pela crucificação atualmente. Do ápice à crucificação o caminho é curto, basta errar duas ou três vezes e não ser mais efetivo como antes. A torcida começa a pegar no pé, pedir substituição, e é realmente assim, tim-tim por tim-tim.
Rafael Marques chegou em janeiro, como uma grande promessa de redenção, já que, numa curta passagem, vestiu o manto em 2004. Sem muitos gols e destaque, saiu pela porta traseira para pequenos clubes. Rodou por Ásia, Europa e Brasil até voltar ao Palmeiras, com a benção de Oswaldo de Oliveira.
Após 41 jogos e 15 gols, o artilheiro do ano começa a ser cobrado, por ter uma queda de rendimento com a mudança de técnico. A queda é explicável, já que muitas vezes fica no banco. Com Marcelo Oliveira, cumpre uma função tática diferente da que o consagrou com Oswaldo, quando era mais segundo atacante. Hoje faz a função de armador, mas pelo forte jogo aéreo do Palmeiras, ainda anota tentos
E não merece ser crucificado. Por pouco, não é o melhor do elenco. Mas certamente foi uma ótima contratação. Rendeu muitas alegrias à torcida alviverde, principalmente no Paulistão, campeonato que foi o artilheiro da equipe com 6 gols. Fez gols importantes em clássicos contra Corinthians (2 gols) e São Paulo (3 gols) e tem experiência demais para ser crucificado pela torcida. É jogador de elenco, agrega demais.
O segundo caso é mais grave. Trata-se de Fernando Prass, o arqueiro que chegou em 2012, após o rebaixamento de um time que estava desolado, no fundo do poço. O mesmo se reergueu e depois de quase ser rebaixado, ganhou uma promessa de ídolo. E esta promessa segue os passos daquele que defendeu nossa meta por anos e anos e foi canonizado.
"Ele não pula na bola", "a saída de bola dele é horrível", "não tem peito pra jogar". Estas e outras afirmações partiram de bocas e dedos de nossa torcida. Vale lembrar que Fernando Prass foi um dos principais responsáveis pela volta do orgulho de ser palmeirense. Aquele 19 de Abril não será esquecido de maneira leviana. Aquele domingo, Prass teve 1% daquilo que São Marcos fez durante toda sua carreira. Cresceu para cima de nosso maior rival e nos garantiu na final do Campeonato. O Palmeiras voltou a ser temido.
Um cara que aceitou diminuir o salário e aceitou a produtividade para ficar no clube onde pode se tornar ídolo em breve merece nosso respeito e admiração. Além de várias defesas dentro de campo, tem feito uma bela história fora dele, tratando o Palmeiras como um clube gigante, sempre honrando o manto.
Outros jogadores já passaram por isso, e creio que muitos outros ainda irão sofrer com a crucificação. Nossa torcida pega no pé, corneta, mas é por ser muito apaixonada e viver na abstinência daqueles que nos representam com garra dentro de campo. Mas acredito que estamos no caminho certo para eles voltarem a aparecer. Pra cima, Palmeiras!
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