A Academia Eterna do Palmeiras - Waldemar Fiúme

Apelidado de Pai da Bola que tinha um pai que não o via com bons olhos no futebol, inicialmente. É vero. É Waldemar Fiúme.

Fiúme, o Pai da Bola. Foto: Gazeta Esportiva

Waldemar esbanjava qualidade nos campinhos de terra no Bangu de Glicério. Várzea. Jogava com classe. Amadorismo que em pouco tempo virou um ser profissionalíssimo no campo verde e branco de Palestra Italia e Palmeiras. Os dois num só Fiúme.

Seu pai, ainda insistia na ideia de que o futebol não era futuro para seu filho. A tipografia em família, ou seja, impressora que realizava este trabalho seria o caminho de Fiúme caso não resistisse aos apelos de seu babbo. Seu caminho não cruzaria com o do Palmeiras, as linhas também não. Sua vida seria diferente e a nossa menos verde. 

Sorte do Palestra que tinha um Fiúme palmeirense e, por sua vez corneta que em poucos treinos virou profissional no Palestra. Dois testes. Um bastava, dois para confirmar o que no futuro viraria história.

O convite de Cavallini, que jogava no Palestra Italia foi a chance para Waldemar trilhar no Verde. Assinou contrato com 19 anos e no dia 14 de setembro de 1941 realizava seu primeiro jogo no clube. Um ano depois o clube mudaria de nome, mas não de codinome. Palestra para Palmeiras, em 1942.

O que encantava a todos naquele tempo era a desenvoltura de Fiúme ao começar a sua carreira no meio de campo e terminá-la jogando como zagueiro. Jogou como volante também. Atrás ou no meio, era fantástico. Emblemático. 

Ídolo do clube Verde. Foto: Mundo Esportivo

A classe de Fiúme, certamente, fez com que seu pai mudasse de ideia sobre a sua profissão, mas não deixou de torcer pelo seu filho. Waldemar foi merecidamente apelidado de Pai da Bola por tudo que apresentara em campo. Fora dele, calado, na dele, dentro, fazia o dele sem ofuscar os outros. Brilho próprio, categoria que hoje é escassa no futebol.
Waldemar esteve - e foi importantíssimo - em diversos títulos do Paulista, o mais lembrado era o de 1942, o primeiro trunfo após a transição de Palestra para Palmeiras; em 1951 (Mundial) jogando a Taça Rio, talvez seu maior título pelo clube.

17 anos de Palestra e de Palmeiras. De Fiúme. Foto: Manchete Esportiva

Fiúme completaria mais um ano de vida hoje (12 de outubro). Não vive mais neste mundo. Mas vive dentro de gente palestrina, gente palmeirense. Eternamente guardado no lado esquerdo no peito do clube.

Busto de Waldemar Fiúme no Palmeiras. Foto: Lance

O Palmeiras é cem vezes você e mais um pouco e Fiúme era completo. Valia por 100. Foram 17 anos dedicados e honrados ao clube de Palestra Italia, que virou Palmeiras e que ele virou busto no Verde. O quarto jogador que mais vezes vestiu este manto. O único Pai da Bola que deixou como um filho este legado, futebol bem jogado em diversas posições que atuou em sua carreira.

Agradecimentos especiais: Tardes de Pacaembu e (livro) Palmeiras, 100 Anos de Academia, de Mauro Beting.

FICHA TÉCNICA

Waldemar Fiúme
São Paulo (SP), 12/12/1922 e faleceu no dia 6/11/1996
Meia-direita, volante e zagueiro
Palestra Italia, de 1941 a 1942
Palmeiras, de 1942 a 1958
601 jogos e 27 gols
1 Copa Rio (1951)
1 Rio-São Paulo (1951)
4 Paulistas (1942, 1944, 1947 e 1950)
Compartilhar com Google+

Autor: Thiago

    Comentar com o Google+
    Comentar com o Facebook

0 comentários:

Postar um comentário