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Foto: @do.alto |
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeam,
Não gorjeam como lá.
- Gonçalves Dias
Em 1914, 67 anos depois, surge o Alviverde Imponente. Em 1920, adquirimos a nossa casa própria na chamada "Loucura do Século". Aquele terreno entre as míticas Turiassu, Matarazzo e Avenida Antártica, onde foi suspenso um jardim de muito amor e emoção, o esplêndido Parque Antártica.
E a "Canção do Exílio"? Sempre achei ela tão entoada pela nação palestrina por causa das palmeiras - ou do Palmeiras. Me enganei. Talvez um pouco.
Em 2010, eu entendi o porque do exílio. O jardim outrora suspenso desabou e no lugar dele se levantou uma nova aliança entre Palmeiras e a torcida, o Allianz Parque.
Mas enquanto o Parque Antártica não se tornava Allianz, tivemos que gorjear em outros lugares.
Passamos por dificuldades, de céu sem tantas estrelas, várzeas sem tanta flores, bosques sem tanta vida, mas nossa vida continuava com os mesmos amores. Na verdade, um único amor, o Palmeiras.
No dia 19 de novembro de 2014, voltamos para casa, naquele jogo contra o Sport, no qual tudo conspirava contra. Na verdade, onde tudo conspirou contra. Inclusive o futebol. Inclusive o Palmeiras. Mas algo foi fato, voltamos a gorjear como não gorjeamos em Prudente, Barueri, Canindé ou Araraquara.
E de lá pra cá gorjeamos, e como. Gorjeamos para salvar o Palmeiras do rebaixamento, gorjeamos pro Robinho encobrir o Rogério, gorjeamos pra ganhar o Paulista, gorjeamos pro Prass defender os pênaltis.
Ainda gorjearemos pra ganhar a Copa do Brasil. Gorjearemos num futuro próximo ou distante que nem nós imaginamos.
O Allianz Parque é nossa casa. As cadeiras o nosso sofá, onde nos recostamos, torcemos, vibramos e gorjeamos.
Exilados não estamos mais. Mesmo assim, nossa terra continua a ter Palmeiras, num parque onde a aliança com a torcida reina. É no Allianz que pulsamos.
É um ano de Allianz, uma vida de Palmeiras, uma história completando a outra e se cruzando com a nossa.
Não cabe uma retrospectiva, tampouco palavras de amor e carinho que qualquer palmeirense possa expressar - inclusive este que tenta. Os acontecimentos foram poucos, mas o sentimento, este sim, é gigantesco.
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