Pacaembu, protestos, Alecsandro e tempo

A decepção de Allione (foto: Terra)
Antes deste Palmeiras x Erre Bê Brasil (seria respeitoso chamar de Red Bull), preciso voltar no tempo, mais precisamente na primeira rodada do BR-2015, no Palestra, contra o Atlético-MG. Retorno para este dia pois houve um protesto que me chamou a atenção da maior torcida organizada do clube, a Mancha.

Cheguei atrasado na partida e no setor superior. Estranhei a quietude do Allianz Parque. 45 minutos no mais absoluto silêncio no setor Gol Norte. Foi assim que o protesto - criativo e justo, penso - aconteceu no lugar que, por sua vez pulsa o estádio, por conta de ingressos e mensalidades do sócio Avanti, também sou e sinto no bolso e agora, justifico um pouco minha ausência dos jogos. O time sentiu em campo a frieza da arquibancada. Um alvoroço de xingamentos no setor que estava fez com que a partida fosse apenas um mero detalhe. Terminou 2-2, inclusive. Senti a clara e dolorosa divisão de torcidas, mesmo sendo de coração, uma só. 

Pacaembu 

Imaginava algo que o Capitão Óbvio também pensou: Red Bull compactado, reativo, explorando o nervosismo alviverde e terminar o primeiro tempo na frente do placar. Foi por aí.

Novo protesto. Nova - e velha - formação do recente treinador do Palmeiras; Rafael Marques foi nulo, Dudu na ponta e Erik na outra. O segundo citado saiu antes dos 10 minutos do primeiro tempo; ensaiou uma lesão mais grave, faltou a comunicação para Cuca ratificar a substituição do camisa 7 que, no intervalo se revoltou e causou um clima estranho ao situar a falta de necessidade na alteração, Allione em seu lugar pouco fez. E tudo isso com a amarga derrota para o Red Bull por 2-0, gols de Thiago Galhardo, contestado no Coxa e faz bom campeonato até aqui e Roger, criticado por tantos cantos que já jogou.

Alecsandro entrou no lugar de Jean na segunda etapa e segue como melhor ou mais esforçado dos palmeirenses em campo. Fez o gol do jeito Alecgol de ser, no oportunismo. Não que os outros não se esforcem e sequer abraço a tese que falta raça no Palmeiras, pois um time que sai suado do gramado, até mesmo um jogador (Vitor Hugo) sendo levado para o hospital... fica uma das provas que o time não é morto, mas tenta o suicídio semestral em se perder em campo e nos resultados. Derrota por 2-1. É cedo para crucificar a comissão técnica palestrina ou, fatalmente espalhar boatos de um elenco rachado. - Faço aqui a justiça de não crescer na vida de através mentiras.

O Palmeiras corre contra o tempo, no primeiro ou no segundo se doa num círculo vicioso e se perde com extrema facilidade. Desorganizado. Tudo por nada? Planejamento indo para o ralo num elenco que ainda não virou time neste ano. O certo pelo certo é tão complexo e simples ao mesmo tempo sobre o que é o Palmeiras para o palmeirense. Nobre e Mattos que lidem com isso. Mas é do DNA cornetar sem medição de causa e efeito. O que anima é este time poder muito mais e tem um treinador motivado e há um ano, num Palmeiras com um clima não tão favorável assim venceu um Choque-Rei por 3-0, teve como destaque o contestado Robinho e o pouco utilizado Rafael Marques, além de Dudu. Não é viver de memórias, mas assimilar parâmetros no jogo.

Todo protesto é válido, desde que não aponte o dedo no nariz do outro e tente ser mais diminuindo o próximo. Não foi assim que o Palmeiras se tornou gigante.

Mais do mesmo de um jeito diferente. Em meio aos shows no Allianz Parque de Iron Maiden e Coldplay (curto mais o primeiro), é uma boa hora de abraçar e tabelar ainda mais com o querido Pacaembu. A torcida, em suma, fez sua parte durante os 90 minutos.

Sobre Dudu: Caso não ouça o nome dele sendo citado na transmissão, significa que o Palmeiras não está bem. O fio condutor da equipe, pelo menos era até aqui, destinava-se ao jogador com muito futebol e disposição ao desequilíbrio emocional também. Constatada a lesão que ele não sentira de início, fica um papo leve com a comissão para se acertarem. Crise inexistente. O Palmeiras não pode permitir erros tão bobos.

Tempo ao Cuca e paciência na cuca palestrina. Ao Prass, parabéns por entrar no seleto grupo dos 100 jogadores que mais vestiram a pesada camisa do Palmeiras e ao Vitor Hugo, melhoras.
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Autor: Thiago

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